
Xíxa Biltong: A História de um Tesouro Secular
Enquanto o biltong conquista espaço em dietas ricas em proteínas e em estilos de vida modernos, as suas origens remontam a séculos atrás, nas vastas planícies da África do Sul.
O biltong nasceu como uma solução engenhosa para os primeiros colonos holandeses e africânderes na África do Sul preservarem carne num clima quente e sem refrigeração. Ao salgar tiras de carne e deixá-las secar sob o sol africano, conseguiam armazená-las durante meses, criando uma fonte de proteína prática e portátil. Estes pioneiros penduravam o biltong para secar em carruagens, varais ou até cercas, tornando-o indispensável em longas jornadas.
Embora o biltong fosse inicialmente feito com carne bovina, carnes de caça, como kudu, avestruz e gnu, também eram muito utilizadas. Os sabores eram aprimorados com especiarias locais, como coentros, pimenta preta e vinagre, enquanto o ar seco e o sol faziam o resto, criando as tiras saborosas e mastigáveis que conhecemos hoje.
Durante gerações, o biltong esteve no centro da cultura alimentar sul-africana, especialmente entre os destemidos Voortrekkers, que atravessaram o interior do continente no século XIX. Este snack tornou-se um símbolo de resistência e adaptabilidade, permanecendo relevante mesmo após o surgimento da refrigeração.
Foi com a chegada de imigrantes sul-africanos à Europa, em meados do século XX, que o biltong começou a ganhar fãs fora de África. Ao longo dos anos, foi-se adaptando às preferências locais, mas manteve a sua essência: um alimento artesanal, prático e delicioso.